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- Data de Criação 25/10/2023
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RESUMO EXECUTIVO
Objetivo: Avaliar a prevalência dos indicadores de aleitamento materno, das práticas a ele relacionadas e do uso de mamadeiras, chuquinhas e chupetas entre crianças brasileiras menores de 2 anos de idade avaliadas pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019).
Métodos: O ENANI-2019 é um inquérito populacional de base domiciliar realizado em uma amostra probabilística de crianças menores de 5 anos de idade distribuídas em 123 municípios dos 26 estados da Federação e no Distrito Federal. Os dados foram coletados de fevereiro de 2019 a março de 2020, quando a pesquisa foi interrompida devido à pandemia de Covid-19. Foram construídos 14 indicadores de aleitamento materno e de práticas a ele relacionadas, agrupados da seguinte forma: 1) início do aleitamento materno; 2) aleitamento materno em menores de 6 meses; 3) aleitamento materno em menores de 2 anos; 4) duração do aleitamento materno; 5) práticas relacionadas ao aleitamento materno; e 6) uso de mamadeiras, chuquinhas e chupetas. Esse elenco de indicadores incluiu aqueles propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde do Brasil e também alguns inéditos em nível nacional, como a prática do aleitamento materno cruzado e a doação de leite humano. Foram calculadas as prevalências e os seus respectivos intervalos de confiança (IC) de 95% bem como o total populacional dos indicadores para o Brasil e macrorregiões, situação do domicílio (urbana ou rural), quintos do Indicador Econômico Nacional, sexo e cor ou raça. Foi considerado que a diferença entre proporções era estatisticamente significativa quando não havia sobreposição entre os IC 95% das estimativas pontuais. A duração mediana do aleitamento materno exclusivo (AME) e do aleitamento materno foi calculada pelo método current status.
Resultados: A amostra foi composta por 14.558 crianças residentes em 12.524 domicílios. No Brasil, 96,2% das crianças menores de dois anos foram alguma vez amamentadas e 62,4% foram amamentadas ainda na primeira hora de vida. A prevalência de AME em menores de 6 meses RESUMO EXECUTIVO foi de 45,8% no Brasil, com maior prevalência na região Sul (54,3%), seguida das regiões Sudeste (49,1%), Centro-Oeste (46,5%), Norte (40,3%) e Nordeste (39,0%), sem diferenças estatisticamente significativas entre as regiões. A prevalência de aleitamento materno continuado no primeiro ano de vida (entre crianças de 12 a 23 meses) no Brasil foi de 43,6%, sendo mais prevalente na região Nordeste (51,8%), seguida das regiões Norte (49,1%), Centro-Oeste (43,9%), Sudeste (38%) e Sul (37,8%). A duração mediana do AME foi de 3,0 meses e a do aleitamento materno foi de 15,9 meses. A prevalência de aleitamento materno cruzado entre menores de dois anos foi de 21,1% no Brasil, sendo maior na região Norte (34,8%), seguida das regiões Sudeste (21,3%), Nordeste (20,3%), Centro-Oeste (18,7%) e Sul (12,5%). No Brasil, 4,8% das mães de crianças com menos de dois anos de idade doaram seu leite para bancos de leite humano (BLH) e 3,6% das crianças nessa faixa etária receberam leite humano ordenhado pasteurizado de BLH. O uso de mamadeiras ou chuquinhas observado entre as crianças com menos de dois anos de vida foi de 52,1% no Brasil, sendo maior nas regiões Nordeste (55,8%) e Sul (54,8%) e menor na região Centro-Oeste (47,4%). A prevalência do uso de chupeta entre crianças com menos de dois anos no Brasil foi de 43,9%, sendo maior nas regiões Sul (49%), Sudeste (46,9%) e Nordeste (42,7%), e menor nas regiões Centro-Oeste (37,2%) e Norte (34,6%).
Conclusões: Quase a totalidade das crianças brasileiras foi amamentada alguma vez e metade delas mamou por pelo menos 15,9 meses. Contudo, as prevalências de AME e de aleitamento materno continuado no primeiro ano de vida, embora expressivas, ainda estão aquém do preconizado pela OMS, e uma grande proporção das crianças usava chupeta ou recebia alimentos por mamadeiras, o que pode prejudicar a continuidade do aleitamento materno. A prática do aleitamento materno cruzado, apesar de ser contraindicada pelo Ministério da Saúde, apresentou frequência relativamente elevada, e a doação de leite humano para BLH foi baixa no Brasil. Evidencia-se, assim, a necessidade do fortalecimento de ações, políticas e programas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.