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Relatório 8 – Consumo alimentar de crianças menores de 5 anos

RESUMO EXECUTIVO

Objetivo: Descrever o consumo alimentar de crianças brasileiras menores de 5 anos de idade.

Métodos: O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019) é um inquérito populacional de base domiciliar realizado entre fevereiro de 2019 e março de 2020 em uma amostra probabilística de crianças menores de 5 anos de idade de 123 municípios brasileiros e no Distrito Federal. A avaliação do consumo alimentar foi realizada por meio de um aplicativo para o preenchimento de um Recordatório Alimentar de 24 horas (R24h), com aplicação da técnica de múltiplos passos. As seguintes medidas foram calculadas para todo Brasil e estratificadas segundo macrorregião, situação do domicílio, quintos do Indicador Econômico Nacional (IEN) e cor ou raça: frequências de realização de refeições (%) e seus intervalos de confiança de 95% (IC 95%); frequências de consumo (%) e o consumo alimentar médio (g/dia) dos grupos de alimentos definidos pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)/Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus IC 95%, por faixas etárias de 0 a 5 meses, 6 a 23 meses e 24 a 59 meses; participação relativa do total de energia (participação de energia – em %) dos grupos de alimentos da classificação NOVA, do leite materno e das fórmulas infantis por faixa etária; participação de energia segundo os tipos de refeições; e a participação de energia dos subgrupos que compõem os grupos da NOVA, incluindo análise por faixas etárias. Medidas de tendência central e de dispersão – média, desvio padrão e percentis e seus respectivos IC 95% – foram calculadas para apresentar o consumo diário de macro e micronutrientes considerando as faixas etárias de 0 a 5 meses, 6 a 23 meses e 24 a 59 meses. As análises foram realizadas utilizando-se a linguagem de programação R, considerando a estrutura do plano amostral, os pesos e a calibração dos dados.

Resultados: Foram estudadas 14.558 crianças e avaliados 14.505 R24h. Os principais resultados, delineados pelos objetivos do estudo, são apresentados. Apenas as discrepâncias estatisticamente significativas são destacadas para as frequências de consumo e consumo médio de grupos de alimentos, segundo a classificação da FAO, e para a participação relativa de energia do leite materno, fórmulas infantis e grupos de alimentos da NOVA, segundo os estratificadores.

Relatório 7 – Estado Nutricional Antropométrico da Criança e da Mãe

RESUMO EXECUTIVO

Objetivo: Descrever as prevalências de indicadores do estado nutricional antropométrico de crianças brasileiras menores de 5 anos de idade e de suas mães biológicas.

Métodos: O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019) é um inquérito populacional de base domiciliar que avaliou 14.558 crianças e 12.155 mães biológicas em 12.524 domicílios distribuídos em 123 municípios dos 26 Estados da Federação e no Distrito Federal. Os entrevistadores foram treinados para a realização das medidas antropométricas de peso e altura (comprimento/ estatura) corporal. As estimativas de frequências foram descritas para o Brasil e estratificadas por macrorregião (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste); situação do domicílio (urbana e rural); quintos do Indicador Econômico Nacional; sexo (masculino e feminino); faixa etária das crianças (<12, 12 a 23, 24 a 35, 36 a 47 e 48 a 59 meses) e das mães (<20, 20 a 29, 30 a 39 e ≥ 40 anos); e cor ou raça (branca, parda, preta, amarela e indígena). Os índices antropométricos avaliados para crianças foram peso para idade (P/I), altura para idade (A/I) e índice de massa corporal para idade (IMC/I); para as mães adolescentes (< 20 anos) foram IMC/I e A/I; utilizando- se, para ambos os grupos, as curvas de referência da Organização Mundial da Saúde. Para mães adultas, foi utilizado o IMC e considerados os pontos de corte recomendados pela OMS. As análises estatísticas foram realizadas em linguagem de programação R, considerando a estrutura do plano amostral, os pesos e a calibração.

Resultados: No Brasil, para as crianças, foi observada prevalência de baixo peso para idade (Z < -2) de 2,9% e elevado peso para idade (Z > 2) de 5,0%; e as prevalências de algum grau de baixa altura para idade (Z < -2) e de magreza (Z IMC/I < -2) foram de 7,0% e 3,0%, respectivamente. A região Norte apresentou a menor prevalência de magreza (0,9%) e a Sudeste, a maior (3,5%). A prevalência de risco de sobrepeso (1 < Z IMC/I ≤ 2) foi de 18,3%, com a região Centro-Oeste apresentando a menor prevalência (14,5%), com diferença estatisticamente significativa se comparada com a das regiões Sul (22,2%) e Sudeste (18,4%). Foram observadas diferenças estatisticamente significativas com relação à prevalência observada nos domicílios situados em áreas urbanas (18,6%) e rurais (11,8%); e RESUMO EXECUTIVO entre as faixas etárias de 12 a 23 (23,0%) e 36 a 47 meses (15,8%); e de 24 a 35 (20,4%) e 48 a 59 meses (14,7%). A prevalência de sobrepeso (2 < Z IMC/I ≤ 3) foi de 7,0% e a região Sul registrou a maior prevalência (8,5%), com diferença estatisticamente significativa da observada no Centro-Oeste (4,9%). A faixa etária de 12 a 23 meses registrou a maior prevalência (10,7%), com diferença estatisticamente significativa se comparada às das faixas etárias de 24 a 35 (6,6%), 36 a 47 (5,3%) e 48 a 59 meses (5,2%). A prevalência de obesidade (Z IMC/I > 3) foi de 3,0%. Em relação às mães biológicas, a prevalência de baixo peso foi de 3,0%, sendo a menor prevalência (1,6%) observada na região Sul, quando comparada às regiões Nordeste (3,3%) e Centro-Oeste (3,7%). Mães adolescentes registraram a menor prevalência (0,9%), com diferença estatisticamente significativa se comparada com a da faixa etária de 20 a 29 anos (4,4%). A prevalência de sobrepeso foi de 32,2% e, entre as mães adolescentes, registrou-se a menor prevalência (23,9%), com diferença estatisticamente significativa se comparada com as das demais faixas etárias. A prevalência de obesidade foi de 26,3%. A região Norte apresentou a menor prevalência (19,0%), com diferença estatisticamente significativa se comparada à da região Nordeste (25,0%). Mães adolescentes registraram a menor prevalência de obesidade (11,3%), com diferença significativa se comparada com às das demais faixas etárias.

Conclusões: Em crianças, observou-se comprometimento nutricional (baixa altura e excesso de peso). As prevalências de excesso de peso foram maiores e na faixa etária de 12 a 23 meses. As mães biológicas apresentaram baixa prevalência de baixo peso, principalmente na região Sul e entre mães adolescentes, e elevadas prevalências de excesso de peso, que foram menores entre as mães adolescentes. Os resultados do ENANI-2019 permitem atualizar as informações sobre a magnitude, a distribuição e as desigualdades dos agravos nutricionais no Brasil.

Relatório 6 – Uso de Suplementos de Micronutrientes

RESUMO EXECUTIVO

Objetivo: Descrever as prevalências dos indicadores de uso de suplementos de micronutrientes entre crianças de 6 a 59 meses de idade.

Métodos: O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019) é um inquérito populacional de base domiciliar que avaliou as práticas alimentares e o estado nutricional de crianças menores de 5 anos de idade. A amostra obtida no ENANI-2019 foi de 14.558 crianças em 12.524 domicílios distribuídos em 123 municípios dos 26 Estados da Federação e no Distrito Federal. Para o presente relatório, a amostra foi de 12.598 crianças em 10.991 domicílios. O uso de suplementos de micronutrientes no momento da entrevista e nos seis meses que a antecederam foi avaliado com base em um questionário estruturado contendo perguntas abertas e fechadas. Os indicadores foram organizados em cinco grupos: uso de suplemento de micronutrientes; uso de suplemento contendo um determinado micronutriente (ferro, zinco, vitaminas A, B12, C ou D); uso de suplemento contendo somente um micronutriente (ferro, zinco, vitaminas A, B12, C ou D); uso de suplemento de vitaminas associadas (polivitamínico) com ou sem fármaco estimulante do apetite; e uso de suplemento de vitaminas e minerais associados (polivitamínico com minerais). Para os grupos de suplementos contendo apenas ferro e apenas vitamina A e para o grupo de suplementos de vitaminas e minerais associados, foram destacados aqueles do Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF), do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A (PNSVA – megadose de vitamina A) e da Estratégia de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes em Pó (NutriSUS), respectivamente. As estimativas pontuais e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%) foram calculados para o Brasil e segundo macrorregião, situação do domicílio, faixa etária, sexo, quintos de distribuição do Indicador Econômico Nacional (IEN) e cor ou raça da criança. Todas as análises foram realizadas com a linguagem de programação R, considerando-se a estrutura do plano amostral, os pesos e a calibração.

Resultados: No Brasil, entre crianças de 6 a 59 meses, a prevalência de uso de suplementos de micronutrientes foi de 54,2%, sendo a maior prevalência na região Norte (80,2%) e a menor, na Sul (27,5%); diferenças RESUMO EXECUTIVO também foram encontradas entre as crianças de cor ou raça parda (58,3%) e brancas (49,5%) e entre crianças de 6 a 23 meses (69,5%) e de 24 a 59 meses (46,5%). Na faixa etária de 6 a 23 meses, observou-se maior prevalência de uso de suplementos de micronutrientes entre as crianças do quarto quinto do IEN (78,5%), quando comparadas às do primeiro (62,8%) e segundo (65,1%) quintos. Nas crianças de 24 a 59 meses, houve maior prevalência entre as pardas (52,0%) quando comparadas às brancas (39,9%). A prevalência de crianças de 6 a 59 meses que usavam suplementos contendo ferro foi de 21,7%; contendo zinco, 6,5%; contendo vitamina A, 35,2%; contendo vitamina B12, 8,7%; contendo vitamina C, 28,4%; e contendo vitamina D, 21,6%. A prevalência de uso de suplementos contendo somente ferro foi de 14,6%; somente vitamina A, 23,3%; somente vitamina C, 13,0%; e somente vitamina D, 3,2%. O uso de suplementos do PNSF no Brasil por crianças de 6 a 59 meses foi de 5,9%, sendo mais prevalente entre crianças de 6 a 23 meses (11,5%), quando comparadas às de 24 a 59 meses (3,1%). Para esse indicador, também foi observada maior prevalência de uso na região Sudeste (10,5%) quando comparada à das demais regiões. Para vitamina A do PNSVA, a prevalência de uso entre crianças de 6 a 59 meses foi de 23,1%, sendo maior nas regiões Nordeste (45,7%) e Norte (42,6%) quando comparadas às regiões Sudeste (7,7%) e Sul (1,5%). Para crianças de 6 a 59 meses a prevalência de uso de suplementos polivitamínicos foi de 16,1%; de vitaminas A e D associadas, 4,6%; de vitaminas do complexo B e C associadas com fármaco estimulante do apetite, 4,2%; e de polivitamínicos com minerais, 9,2%. A prevalência de uso de suplemento da estratégia NutriSUS foi de 2,4% em crianças de 6 a 59 meses, sendo a maior prevalência no Norte (4,0%) quando comparada à região Sul (0,3%).

Conclusões: Foi observada alta prevalência de uso de suplementos no grupo estudado. Diferenças menos ou mais expressivas foram registradas entre macrorregiões e quintos do IEN a depender do suplemento considerado. Essas informações poderão ser utilizadas para compreender a prática de uso de suplementos entre crianças brasileiras e, juntamente com as estimativas de prevalências de deficiências de micronutrientes, poderão subsidiar as políticas públicas nacionais de prevenção e controle desses agravos.

Relatório 5 – Alimentação Infantil I

RESUMO EXECUTIVO

Objetivo: Descrever as prevalências dos indicadores de alimentação infantil entre crianças brasileiras menores de 5 anos de idade.

Métodos: O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019) é um inquérito populacional de base domiciliar realizado em uma amostra probabilística de crianças menores de 5 anos de idade distribuídas em 123 municípios dos 26 estados da Federação e no Distrito Federal. Os dados foram coletados de fevereiro de 2019 a março de 2020, quando a pesquisa foi interrompida devido à pandemia de Covid-19. A avaliação das práticas de alimentação infantil foi feita por meio de um questionário estruturado contendo 41 perguntas sobre o consumo de alimentos no dia anterior à entrevista. Foram construídos indicadores de alimentação da criança recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), utilizados pelo Ministério da Saúde e outros criados especificamente para o ENANI-2019 com base nas recomendações do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos. Estimativas de prevalência dos indicadores e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%) foram calculados para o Brasil, estratificados por macrorregião, situação do domicílio, faixa etária, sexo, quintos de distribuição do Indicador Econômico Nacional (IEN) e cor ou raça. As análises foram realizadas utilizando-se a linguagem de programação R, considerando-se a estrutura do plano amostral, os pesos e a calibração.

Resultados: Foram estudadas 14.558 crianças. Entre as crianças de 6 a 8 meses de idade, a prevalência de introdução de alimentos complementares foi de 86,3%, sendo mais elevadas naquelas no último quinto da distribuição do IEN (97,9%). A prevalência de frequência alimentar mínima foi de 39,2%, sendo mais baixa na região Norte (23,8%). A prevalência da diversidade alimentar mínima entre crianças de 6 a 23 meses foi de 57,1%, mais baixa na região Norte (44,0%) e na faixa etária de 6 a 11 meses (46,8%); entre crianças de 24 a 59 meses, a prevalência foi de 54,8%, mais baixa nas regiões Nordeste (44,6%) e Norte (44,2%), e no primeiro quinto (48,7%) do IEN. A prevalência de consumo de alimentos fonte de ferro entre crianças de 6 a 23 meses de idade foi de 84,6%, mais baixa no Norte (79,5%) e Nordeste (77,2%) e na faixa etária de 6 a 11 meses (73,0%); entre crianças de RESUMO EXECUTIVO 24 a 59 meses, a prevalência foi de 94,9%, mais baixa no Nordeste (92,3%) e no segundo quinto (92,8%) do IEN. A prevalência de consumo de alimentos fonte de vitamina A entre crianças de 6 a 23 meses de idade foi de 38,6%, mais baixa em domicílios rurais (17,0%), no segundo quinto (28,9%) do IEN e na faixa etária de 18 a 23 meses (31,4%); entre crianças de 24 a 59 meses, a prevalência foi de 29,7%, mais baixa na região Nordeste (24,1%), em domicílios rurais (14,4%) e no primeiro quinto do IEN. A prevalência de consumo de ovos e/ou carnes entre crianças de 6 a 23 meses foi de 71,4%, mais baixa no Nordeste (64,7%), em domicílios rurais (62,1%), no terceiro quinto (64,0%) do IEN e na faixa etária entre 6 e 11 meses (53,5%); entre crianças de 24 a 59 meses, a prevalência foi de 88,9%, mais baixa no Sul (87,8%). A prevalência de consumo de alimentos ultraprocessados entre crianças de 6 a 23 meses foi de 80,5%, mais elevada no Norte (84,5%) e mais baixa na faixa etária de 6 a 11 meses (66,3%); entre crianças de 24 a 59 meses, a prevalência foi de 93,0%. A prevalência de não consumo de frutas e hortaliças entre crianças de 6 a 23 meses foi de 22,2%, mais elevada na região Norte (29,4%) e no segundo quinto (29,8%) do IEN; entre crianças de 24 a 59 meses, a prevalência foi de 27,4%, mais elevada na região Norte (36,9%) e no primeiro quinto (32,9%) do IEN. A prevalência de consumo de bebidas adoçadas entre crianças de 6 a 23 meses foi de 24,5%, mais elevada no primeiro quinto do IEN (27,3%) e na faixa etária de 18 a 23 meses de idade (37,7%); entre crianças de 24 a 59 meses, a prevalência foi de 50,3% e mais elevada no Sul (54,8%).

Conclusões: Os resultados mostram que as prevalências dos indicadores estudados variaram entre as macrorregiões e quintos do IEN, e apontam, em geral, práticas alimentares distantes das recomendadas para expressiva parcela da população de crianças brasileiras menores de 5 anos. Com base nesses resultados, estratégias de promoção de alimentação saudável podem ser planejadas, bem como o monitoramento da evolução destes indicadores ao longo do tempo.

Relatório 4 – Aleitamento Materno

RESUMO EXECUTIVO

Objetivo: Avaliar a prevalência dos indicadores de aleitamento materno, das práticas a ele relacionadas e do uso de mamadeiras, chuquinhas e chupetas entre crianças brasileiras menores de 2 anos de idade avaliadas pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019).

Métodos: O ENANI-2019 é um inquérito populacional de base domiciliar realizado em uma amostra probabilística de crianças menores de 5 anos de idade distribuídas em 123 municípios dos 26 estados da Federação e no Distrito Federal. Os dados foram coletados de fevereiro de 2019 a março de 2020, quando a pesquisa foi interrompida devido à pandemia de Covid-19. Foram construídos 14 indicadores de aleitamento materno e de práticas a ele relacionadas, agrupados da seguinte forma: 1) início do aleitamento materno; 2) aleitamento materno em menores de 6 meses; 3) aleitamento materno em menores de 2 anos; 4) duração do aleitamento materno; 5) práticas relacionadas ao aleitamento materno; e 6) uso de mamadeiras, chuquinhas e chupetas. Esse elenco de indicadores incluiu aqueles propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde do Brasil e também alguns inéditos em nível nacional, como a prática do aleitamento materno cruzado e a doação de leite humano. Foram calculadas as prevalências e os seus respectivos intervalos de confiança (IC) de 95% bem como o total populacional dos indicadores para o Brasil e macrorregiões, situação do domicílio (urbana ou rural), quintos do Indicador Econômico Nacional, sexo e cor ou raça. Foi considerado que a diferença entre proporções era estatisticamente significativa quando não havia sobreposição entre os IC 95% das estimativas pontuais. A duração mediana do aleitamento materno exclusivo (AME) e do aleitamento materno foi calculada pelo método current status.

Resultados: A amostra foi composta por 14.558 crianças residentes em 12.524 domicílios. No Brasil, 96,2% das crianças menores de dois anos foram alguma vez amamentadas e 62,4% foram amamentadas ainda na primeira hora de vida. A prevalência de AME em menores de 6 meses RESUMO EXECUTIVO foi de 45,8% no Brasil, com maior prevalência na região Sul (54,3%), seguida das regiões Sudeste (49,1%), Centro-Oeste (46,5%), Norte (40,3%) e Nordeste (39,0%), sem diferenças estatisticamente significativas entre as regiões. A prevalência de aleitamento materno continuado no primeiro ano de vida (entre crianças de 12 a 23 meses) no Brasil foi de 43,6%, sendo mais prevalente na região Nordeste (51,8%), seguida das regiões Norte (49,1%), Centro-Oeste (43,9%), Sudeste (38%) e Sul (37,8%). A duração mediana do AME foi de 3,0 meses e a do aleitamento materno foi de 15,9 meses. A prevalência de aleitamento materno cruzado entre menores de dois anos foi de 21,1% no Brasil, sendo maior na região Norte (34,8%), seguida das regiões Sudeste (21,3%), Nordeste (20,3%), Centro-Oeste (18,7%) e Sul (12,5%). No Brasil, 4,8% das mães de crianças com menos de dois anos de idade doaram seu leite para bancos de leite humano (BLH) e 3,6% das crianças nessa faixa etária receberam leite humano ordenhado pasteurizado de BLH. O uso de mamadeiras ou chuquinhas observado entre as crianças com menos de dois anos de vida foi de 52,1% no Brasil, sendo maior nas regiões Nordeste (55,8%) e Sul (54,8%) e menor na região Centro-Oeste (47,4%). A prevalência do uso de chupeta entre crianças com menos de dois anos no Brasil foi de 43,9%, sendo maior nas regiões Sul (49%), Sudeste (46,9%) e Nordeste (42,7%), e menor nas regiões Centro-Oeste (37,2%) e Norte (34,6%).

Conclusões: Quase a totalidade das crianças brasileiras foi amamentada alguma vez e metade delas mamou por pelo menos 15,9 meses. Contudo, as prevalências de AME e de aleitamento materno continuado no primeiro ano de vida, embora expressivas, ainda estão aquém do preconizado pela OMS, e uma grande proporção das crianças usava chupeta ou recebia alimentos por mamadeiras, o que pode prejudicar a continuidade do aleitamento materno. A prática do aleitamento materno cruzado, apesar de ser contraindicada pelo Ministério da Saúde, apresentou frequência relativamente elevada, e a doação de leite humano para BLH foi baixa no Brasil. Evidencia-se, assim, a necessidade do fortalecimento de ações, políticas e programas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.

Relatório 3 – Biomacadores do Estado de Micronutrientes

RESUMO EXECUTIVO

Objetivo: Avaliar o estado nutricional de micronutrientes de crianças brasileiras entre 6 e 59 meses.

Métodos: O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019) é um inquérito populacional de base domiciliar realizado em uma amostra probabilística de crianças menores de 5 anos de idade distribuídas em 123 municípios dos 26 Estados da Federação e no Distrito Federal. Os dados foram coletados de fevereiro de 2019 a março de 2020, quando a pesquisa foi interrompida devido à pandemia de Covid-19. Foram estudadas 14.558 crianças. A coleta de sangue domiciliar foi realizada por punção venosa, em crianças com idade entre 6 e 59 meses. Das 12.598 crianças elegíveis, 8.829 realizaram coleta de sangue (70%). Foram determinadas as concentrações de biomarcadores do estado nutricional de ferro (hemoglobina e ferritina), zinco, selênio, ácido fólico, vitaminas A, B1, B6, B12, D e E. Adicionalmente, a proteína C reativa (PCR) foi analisada como marcador de inflamação. Um laboratório de análises clínicas de abrangência nacional efetuou as análises. Foram calculadas as estimativas da distribuição (média, mediana, primeiro e terceiro quartil), curvas de densidade e Boxplots dos micronutrientes avaliados e os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%), para o Brasil e segundo os seguintes estratificadores: macrorregião; situação do domicílio (urbana ou rural); faixa etária (6-23 ou 24-59 meses); sexo (masculino ou feminino); e quintos do Indicador Econômico Nacional – (IEN). Foram calculadas estimativas de prevalência para anemia (hemoglobina < 11 g/dL), anemia ferropriva (hemoglobina < 11g/dL; e ferritina < 12 μg/L, se PCR ≤ 5mg/L ou ferritina < 30 μg/L, se PCR > 5mg/L), deficiência de vitamina A (< 0,7 μmol/L), insuficiência (< 50 nmol/L) e deficiência de vitamina D (< 30 nmol/L) e deficiências de vitamina B12 (< 150 pmol/L), folato (< 10 nmol/L) e zinco (< 65 μg/dL, coleta de sangue pela manhã ou < 57 μg /dL coleta de sangue a tarde) para o Brasil e segundo os estratificadores listados acima, acrescidos de cor ou raça (branca, parda ou preta). Todas as análises foram realizadas utilizando-se o software R, considerando-se a estrutura do plano amostral, os pesos e a calibração.

Resultados: As prevalências de anemia e anemia ferropriva no Brasil foram de 10,0% e 3,5%, respectivamente.Esses agravos foram mais prevalentes na região Norte (17,0% para anemia e 6,5% para anemia ferropriva), entre crianças de 6 a 23 meses de idade (19,0% para anemia e 7,9% para anemia ferropriva) e entre aquelas do primeiro quinto do IEN (13,1% para anemia e 6,6% para anemia ferropriva). A prevalência de deficiência de vitamina A foi de 6,0% no Brasil e as maiores prevalências foram observadas nas regiões Centro-Oeste (9,5%), Sul (8,9%) e Norte (8,3%) e entre as crianças do primeiro quinto do IEN (9,0%). A prevalência de deficiência de vitamina B12 foi de 14,2% no Brasil, sendo mais prevalente entre as crianças com idade de 6 a 23 meses da região Norte (39,4%) e entre aquelas do primeiro quinto do IEN (18,4%). A prevalência de insuficiência de vitamina D foi de 4,3% no Brasil e maior entre crianças de 24 a 59 meses de idade (5,3%). A prevalência de deficiência de zinco foi de 17,8% no Brasil. A prevalência de deficiência de folato no Brasil foi de 1,0%.

Conclusões: As prevalências das deficiências de micronutrientes em crianças brasileiras entre 6 e 59 meses variaram segundo macrorregião, faixa etária ou IEN. Os resultados do ENANI-2019 subsidiarão a formulação e o redirecionamento de políticas públicas que objetivam a prevenção e o controle das deficiências de micronutrientes.

Relatório 2 – Características Demográficas e Socioeconômicas

RESUMO EXECUTIVO

Objetivo: Descrever o perfil demográfico, as condições habitacionais, o acesso a serviços básicos de infraestrutura urbana, o recebimento de benefícios, o uso de serviços de saúde e educação; e estimar o indicador econômico nacional (IEN) e a insegurança alimentar de crianças brasileiras menores de 5 anos de idade e de seus domicílios pesquisados pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019).

Métodos: Trata-se de um inquérito populacional de base domiciliar realizado em 123 municípios dos 26 Estados da Federação e Distrito Federal. A amostra foi calculada em 15.000 domicílios distribuídos em 1.500 setores censitários (300 em cada macrorregião), por meio de amostragem inversa, para identificação de crianças menores de 5 anos de idade. O ENANI-2019 avaliou as práticas de aleitamento materno e consumo alimentar; estado nutricional antropométrico das crianças e das mães biológicas; e estado nutricional de micronutrientes. Foram coletados dados sobre características demográficas, socioeconômicas, acesso a serviços básicos de infraestrutura urbana, uso de serviços de saúde e de educação referentes às crianças, mães ou responsáveis e ou domicílios. A insegurança alimentar (IA) foi estimada por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar e os escores foram estimados em nível domiciliar e replicados para cada criança do domicílio. A situação econômica dos domicílios foi classificada pelo IEN construído com base em um conjunto de itens relacionados a posse de bens de consumo, características domiciliares e do chefe do domicílio. Foram calculadas as frequências e totais populacionais das variáveis e seus respectivos intervalos de confiança de 95% para o Brasil e macrorregiões e a ausência de sobreposição desses intervalos revelou diferenças estatisticamente significativas.

Resultados: A amostra foi composta por 14.558 crianças residentes em 12.524 domicílios. No ENANI-2019, 96,2% das crianças viviam em domicílios situados em áreas urbanas. Do total de crianças incluídas no estudo, 39,2% viviam na região Sudeste e 28,1%, na região Nordeste.A proporção de crianças com cor ou raça parda foi de 51,6%; 41,2% eram brancas e 6,5% eram pretas. No Brasil, 56,2% das crianças menores de 5 anos possuíam mãe ou responsável com escolaridade igual ou superior ao 3º ano do ensino médio e 4,4% até o 4º ano do ensino fundamental. Aproximadamente 63% dos domicílios brasileiros com crianças menores de 5 anos eram próprios e em 41,5% havia três ou mais pessoas por dormitório. A proporção de domicílios brasileiros com crianças menores de 5 anos com esgoto conectado à rede geral ou pluvial foi de 74,8%; com abastecimento de água via rede geral de distribuição foi de 93,3% e quase 100% tinham acesso à coleta de lixo (98,0%) e energia elétrica (99,9%). Nos domicílios estudados, 47,1% apresentaram algum grau de insegurança alimentar, sendo 38,1% classificados como insegurança alimentar leve, 5,2%, moderada e 3,8%, grave. Nesses domicílios, a prevalência de algum grau de insegurança alimentar foi de 40,0% entre as brancas, 51,2% entre as pardas e 58,3% entre as pretas; de 61,4% nas famílias que recebiam o benefício do Programa Bolsa Família e de 38,5% entre as que não recebiam nenhum benefício; e 53,8% entre os domicílio classificados no 1° quinto do IEN, em comparação a 31,0% no último quinto. As regiões Centro-Oeste (54,7%) e Norte (34,7%) apresentaram maior proporção de domicílios classificados no menor quinto da distribuição do IEN, e a região Sudeste, a maior proporção no quinto superior (32,0%). No Brasil, 42,0% das mães ou responsáveis por crianças menores de 5 anos estavam trabalhando, 30,8% eram donas de casa e 24,7% encontravam-se desempregadas. Entre as crianças brasileiras menores de 5 anos, 42,8% possuíam familiares residentes no domicílio que recebia algum benefício social. As regiões Nordeste (57,0%) e Norte (53,5%) apresentaram as maiores proporções de recebimento de qualquer benefício. Entre os domicílios estudados, 37,1% possuíam moradores que eram beneficiários do Programa Bolsa Família. As regiões Nordeste (51,7%) e Norte (47,6%) apresentaram as maiores proporções. A frequência de uso de unidades básicas de saúde por crianças menores de 5 anos foi de 73,3%. A frequência de crianças brasileiras menores de 5 anos matriculadas em creche ou escola foi de 40,2% (30,5% em creche ou escola pública e 9,7% em creche ou escola particular). Aproximadamente 25% das crianças frequentavam a creche ou escola em turno parcial e 14,7%, em turno integral.

Conclusões: Os domicílios brasileiros com crianças menores de 5 anos apresentam marcantes padrões de desigualdades e de insegurança alimentar entre as macrorregiões do país. Análises de situação que incluam esses indicadores são necessárias para orientar ações e políticas de alimentação e nutrição que abordem de forma diferenciada as populações mais vulneráveis, na perspectiva da garantia da equidade.

Relatório 1 – Aspectos metodológicos

RESUMO EXECUTIVO

Objetivo: Apresentar aspectos metodológicos gerais do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), desde a concepção do desenho da pesquisa até o detalhamento da coleta dos dados.

Métodos: Trata-se de um inquérito populacional de base domiciliar realizado em 123 municípios dos 26 Estados da Federação e no Distrito Federal. A amostra foi cal- culada em 15.000 domicílios distribuídos em 1.500 setores censitários; 300 por macrorregião e 10 domicílios elegíveis por setor. O procedimento de amostragem inversa foi empregado para identificação de crianças menores de 5 anos de idade. O ENANI-2019 avaliou as práticas de aleitamento materno e consumo alimentar; estado nutricional antropométrico das crianças e das mães biológicas; e estado nutricional para micronutrientes. A avaliação das práticas de alimentação infantil foi feita com um questionário estruturado, tipo current status, e um recordatório alimentar de 24 horas (R24h). Também foi elaborado o manual fotográfico de quantificação almentar infantil, que foi utilizado como apoio para a identificação e quantificação dos alimentos referidos no R24h. A avaliação antropométrica foi realizada com a coleta da massa corporal e o comprimento/estatura. A coleta de sangue por punção venosa foi realizada em domicílio por coletadores experientes de laboratórios existentes nos municípios amostrados. Foram analisa- dos os seguintes biomarcadores sanguíneos em crianças entre 6-59 meses: ferro (hemoglobina e ferritina), zinco, selênio e as vitaminas A, B1, B6, B12, D, E e folato. Um biorrepositório foi constituído. Os entrevistadores foram treinados pela coordenação executiva e parceiros para a realização da coleta de dados e para a mensuração das medidas antropométricas. Os treina- mentos tiveram duração de 40 horas e abordaram conceitos e técnicas para utilização do siste- ma de atualização de endereços, aplicação do questionário geral e do R24h e orientações para agendamento e apoio à coleta de sangue. Foram utilizados manuais, vídeos e material de apoio desenvolvidos para o estudo. Os dados foram coletados de fevereiro de 2019 a março de 2020, quando a pesquisa foi interrompida devido à pandemia de Covid-19.

Resultados: Foram visitados 193.212 domicílios, dos quais 19.540 eram elegíveis e 12.524 foram incluídos no estudo, que representou 83,5% do total esperado. Foram estudadas 14.558 crianças e 12.155 mães biológicas. Foram obtidos dados de consumo alimentar de 14.558 crianças usando o questionário fechado sobre alimentação e 14.541 crianças referentes ao R24h (97,4% em dias em que a alimentação da criança foi considerada habitual). O número total de alimentos provenientes do R24h foi de 2.023. Foram obtidas medidas de massa corporal e o comprimento/estatura em 13.990 e 13.921 crianças, respectivamente. Foram obtidas medidas de massa corporal e altura em 11.282 e 11.284 mães biológicas, respectivamente. O percentual de dados implausíveis foi de 0,15% para peso e 0,27% para altura. Das 12.598 crianças elegíveis para a coleta de sangue, 8.829 (70,1%) realizaram o procedimento. Do total de crianças que realizaram coleta de sangue, 74% (n=6.532) têm resultados para os 12 parâmetros analisados e 84,5% (n=7.462) para os parâmetros considerados primordiais pelo Ministério da Saúde (hemograma, ferritina, vitamina A e proteína C reativa).

Conclusões: As evidências produzidas pelo ENANI-2019 poderão subsidiar a formulação, o acompanhamento e o redirecionamento de políticas de alimentação e nutrição, do aleitamento materno e da alimentação saudável e as de prevenção e controle de diferentes formas de má nutrição.

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